De Robert a Sandrine em 3 etapas (2/3)
(Publicado originalmente a 27/3/2003.)
É Desnos quem dá o nome, da maneira mais oblíqua que se possa conceber, à segunda longa metragem realizada por Pascal Bonitzer, "Rien Sur Robert". Bonitzer é um dos habituais argumentistas dos filmes de Jacques Rivette, o que, só por si, o torna digno de louvor, estima, respeito e atenção (para além de um ror de medalhas e de um lugarzinho algures num ventrículo dos cinéfilos deste mundo). É ele também o autor de um livro consagrado a Éric Rohmer que é uma das mais notáveis obras sobre cinema que alguma vez passou pelas minhas mãos.
No filme em questão, nenhuma personagem se chamava Robert, e o título provém da resposta que recebe o próprio realizador (numa fugaz aparição como actor), numa livraria parisiense: «Nous n'avons rien sur Robert Desnos». Bonitzer insinua-se, deste modo, na altamente recomendável companhia de Boris Vian, que, diz-se, chamou a um dos seus romances "O Outono em Pequim" porque não se passava em Pequim e não tinha nada a ver com estações.
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